Os gases intestinais são uma condição médica que pode causar bastante desconforto e, mesmo sendo natural do ser humano, pode ser constrangedora. Ela só merece atenção a partir do momento em que acontece de maneira excessiva — com mais de 25 gases eliminados por dia — e é acompanhada pela distensão abdominal (ou inchaço).
E várias são as causas dos gases intestinais, sendo a principal a má digestão de alguns alimentos. Neste caso, para que possam ser digeridos, o corpo humano pede ajuda para as bactérias intestinais que fermentam os alimentos, causando o aumento da produção de gases. Além deste sintoma, outros podem ser verificados, como dores, o já citado inchaço, eructação (arroto) e desconforto na região abdominal.
A boa notícia é que existem algumas alternativas para diminuir a produção de gases de forma efetiva, e é justamente sobre isso que se trata este artigo: como eliminar gases. Mas, antes disso, conversemos um pouco sobre as causas desta condição.
Quais são as principais causas dos gases intestinais?
Mesmo sendo naturalmente produzidos e eliminados, existem alguns comportamentos que se associam diretamente ao aumento da produção de gases, fato que causa desconforto, dor e outros sintomas a quem sofre com este mal.
A maior produção de flatulências pode ser resultado das seguintes condições:
1. Alimentação
Alguns alimentos ricos em carboidratos, gordura ou proteínas não são totalmente digeridos pelo sistema-digestivo e acabam passando pelo processo de fermentação citado anteriormente, o que contribui para o aumento dos gases intestinais. Alguns deles são:
- Repolho, brócolis, couve-flor e leite;
- Ervilhas, lentilha, batata e grão de bico;
- Feijão, batata doce, iogurte e ovos;
- Bebidas gaseificadas, cerveja, aspargos e cebola.
É importante destacar, no entanto, que um alimento que causa gases em uma pessoa pode não causar em outras, sendo necessário estar atento ao alimento que condicionou o corpo à esta condição.
2. Prisão de ventre
A prisão de ventre, ou intestino preso, pode ser resultado do endurecimento das fezes no intestino. Quando isso acontece, os gases têm sua saída bloqueada, causando o aumento de sua produção. Além disso, ocorre um inchaço na região abdominal, causando dores e desconforto.
3. Não praticar atividades físicas
A ausência de uma regularidade nas atividades físicas também pode comprometer o bom funcionamento do sistema digestivo, deixando-o mais lento e aumentando a fermentação dos alimentos.
Pessoas sedentárias também possuem maior tendência a desenvolverem a prisão de ventre, o que favorece a formação de gases.
4. Engolir ar durante as refeições
A rápida ingestão de alimentos pode causar a chamada aerofagia, ou entrada de ar no organismo. Isso contribui para a formação de gases em excesso, podendo causar, também, inchaço e dor na região do abdômen.
5. Excesso de fibras e pouca água
Mesmo sendo essencial para o bom funcionamento do organismo, o excesso de fibras pode resultar no efeito contrário ao desejado — que é o de facilitar a eliminação de fezes. Isso pode ocorrer quando há o baixo consumo de água.
Desse modo, o bolo fecal permanece por mais tempo no intestino, levando mais tempo para fermentar e formar gases.
6. Doenças específicas
Algumas doenças e condições médicas como a doença celíaca, a síndrome do intestino irritável, a intolerância à lactose e/ou ao glúten, podem causar inchaço abdominal, assim como um aumento na produção de gases intestinais.
Essas situações podem ser diagnosticadas em qualquer momento da vida, sendo necessário um acompanhamento contínuo com um profissional de saúde. O especialista mais indicado é o gastroenterologista.
Gases intestinais: principais sintomas
Embora os gases intestinais sejam uma parte normal do processo digestivo, esses sintomas podem se tornar problemáticos quando ocorrem em excesso ou causam desconforto significativo.
A compreensão dos sinais e sintomas associados aos gases intestinais é crucial para identificar e abordar adequadamente qualquer preocupação de saúde subjacente. Veja quais são os principais sintomas relatados pelos pacientes.
1 – Inchaço abdominal
O inchaço abdominal é um sintoma comum de gases intestinais. Quando o excesso de gás se acumula no trato digestivo, pode causar distensão e desconforto na região abdominal. A sensação de inchaço muitas vezes resulta da dificuldade do corpo em expelir o gás de forma eficiente.
2 – Flatulência excessiva
A flatulência, ou a liberação de gases pelo ânus, é um dos sintomas mais evidentes de acumulação de gases intestinais. Pode ocorrer com frequência e ser acompanhada por sons audíveis. A flatulência excessiva pode ser constrangedora e desconfortável, impactando a qualidade de vida.
3 – Dor ou desconforto abdominal
A presença de gases pode causar dor ou desconforto abdominal, muitas vezes manifestando-se como uma sensação de pressão ou cãibra na região do estômago. Essa dor pode variar de leve a intensa, dependendo da quantidade de gás acumulada e da sensibilidade individual.
4 – Ruídos gástricos audíveis
Borbulhas, grunhidos e ruídos audíveis no estômago são sintomas comuns de gases intestinais. Esses sons resultam da movimentação e interação do gás com os líquidos no trato digestivo. Embora geralmente inofensivos, esses ruídos podem ser desconfortáveis e constrangedores.
5 – Sensação de pressão ou plenitude no peito
A acumulação de gases no trato digestivo pode causar uma sensação de pressão ou plenitude no peito, muitas vezes levando a mal-entendidos com sintomas cardíacos. Essa sensação pode se estender até a região do tórax, causando desconforto adicional e preocupações para aqueles que não estão cientes de que ela está relacionada a gases intestinais.
Como eliminar gases: 10 formas efetivas
1 – Alimentação consciente e mastigação adequadas
A prática de uma alimentação consciente e uma mastigação adequada são essenciais para prevenir a ingestão excessiva de ar, um dos principais contribuintes para a formação de gases intestinais.
Ao comer devagar e prestando atenção às porções, reduz-se a quantidade de ar engolido durante as refeições, minimizando a probabilidade de desconforto abdominal. Essa é a dica mais simples de todas e pode ajudar bastante a minimizar eventuais problemas.
2 – Evitar bebidas gaseificadas
Bebidas carbonatadas, como refrigerantes e água com gás, introduzem dióxido de carbono no trato digestivo, resultando em maior produção de gases.
Evitar o consumo dessas bebidas pode reduzir significativamente a quantidade de gás no sistema digestivo, promovendo uma digestão mais tranquila. Em geral, evitar o consumo de bebidas gaseificadas é uma boa dica para a sua saúde como um todo.
3 – Mantenha regularidade nas refeições
Estabelecer horários regulares para as refeições ajuda a manter um sistema digestivo saudável. Refeições espaçadas uniformemente ao longo do dia provocam períodos prolongados de jejum, o que pode levar a fermentação excessiva e produção de gases.
O ideal é fazer pelo menos quatro refeições por dia, chegando a seis dependendo da sua dieta. Contudo, mudanças na alimentação devem sempre vir acompanhadas de orientação nutricional.
4 – Escolha alimentos menos fermentáveis
Optar por alimentos menos propensos à fermentação no cólon pode minimizar a produção de gases. Reduzir o consumo de certos carboidratos fermentáveis, como feijões, lentilhas e brócolis, pode ser benéfico para quem é sensível a esses alimentos.
Outros exemplos incluem brócolis, couve-flor, repolho e leite. Lembre-se: reduzir o consumo não significa eliminá-los da sua dieta. A questão aqui é evitar o consumo caso o problema esteja se manifestando de forma frequente.
5 – Inclua alimentos probióticos na dieta
A introdução de alimentos ricos em probióticos, como iogurte e alimentos fermentados, pode promover um equilíbrio saudável da flora intestinal. Probióticos auxiliam na digestão e na absorção de nutrientes, reduzindo a produção de gases indesejados.
São exemplos de alimentos probióticos: iogurte, kefir, chucrute, kimchi, missô e tempeh. Contudo, vale um alerta: algumas dessas opções são fermentáveis e podem fazer mal da mesma forma. Na dúvida, consulte o seu médico.
6 – Pratique atividade física regular
A prática regular de exercícios físicos estimula o movimento intestinal, contribuindo para uma digestão eficiente. A atividade física também ajuda a liberar gases de forma natural, aliviando desconfortos associados à acumulação no trato digestivo.
Portanto, não só para minimizar esse problema, mas para o bem da sua saúde, inclua atividades físicas na sua rotina. Mesmo uma simples caminhada no início da manhã ou no fim de tarde já é capaz de proporcionar benefícios.
7 – Evite conversar durante as refeições
Conversar excessivamente durante as refeições pode levar à ingestão inadvertida de ar, aumentando o volume de gases no estômago. Focar na refeição e reduzir a fala durante esse período pode minimizar a entrada de ar no sistema digestivo.
Como já mencionamos, a mastigação adequada é parte importante do processo de nutrição. Mastigue seguidas vezes e evite engolir pedaços muito grandes. Isso pode dificultar a sua digestão e agravar eventuais problemas.
8 – Faça tratamento contra intolerâncias alimentares
Identificar e tratar intolerâncias alimentares, como a intolerância à lactose ou ao glúten, é crucial para evitar a produção excessiva de gases associada a esses alimentos. A eliminação ou redução controlada desses itens na dieta pode reduzir significativamente o desconforto.
Nesse caso, além de exames laboratoriais específicos, há também a recomendação de “isolar” certos tipos de alimentos. Por exemplo, muitos intolerantes a lactose conseguem consumir alguns alimentos com a substância, ainda que em quantidades menores.
9 – Consuma menos alimentos gordurosos
Alimentos ricos em gordura podem retardar o esvaziamento gástrico e contribuir para a produção de gases. Optar por uma dieta mais equilibrada e moderar o consumo de alimentos gordurosos pode ajudar a aliviar a sensação de inchaço e flatulência.
Além disso, a gordura em excesso também é prejudicial para os seus níveis de colesterol. Sempre que possível, opte por alimentos naturais e frescos, deixando de lado frituras e alimentos ultraprocessados.
10 – Busque tratamento médico específico
Em casos mais persistentes ou associados a condições médicas específicas, buscar a orientação de um profissional de saúde é crucial.
Tratamentos específicos, como medicamentos para reduzir a produção de gases ou abordagens terapêuticas personalizadas, podem ser recomendados para casos mais complexos de desconforto abdominal relacionado a gases.
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O uso de medicamentos também é recomendado na tentativa de eliminação de gases intestinais em excesso. Um dos medicamentos indicados para a redução de flatulências e outros sintomas associados é o Intestilivre.
Ele funciona como auxiliar no tratamento de gases intestinais, além de outros sintomas das disfunções gastrointestinais, como constipação (prisão de ventre), diarreia, gastralgia (dores de estômago), dispepsia (sensação de peso no estômago), digestão lenta, distensão e dores abdominais, náuseas, mau hálito, cólica e cefaleia (dor de cabeça).
Consulte seu médico para avaliar essa possibilidade de tratamento.