vários bonequinhos coloridos com diferentes expressões faciais, representando as oscilações de humor de uma pessoa com depressão atípica

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Depressão atípica: confira causas e tratamentos

Você já ouviu falar na expressão “depressão atípica”? Como o próprio nome indica, trata-se de uma manifestação de depressão que não segue os padrões convencionais. Dessa forma, com sintomas mais difíceis de serem identificados, muitas vezes o diagnóstico passa despercebido.

Essa doença pode acometer pacientes de todos os sexos, idades e classes sociais. O seu maior problema reside na dificuldade em se diagnosticar o quadro: mesmo profissionais de saúde, muitas vezes, não se sentem seguros o suficiente para indicar esse quadro como o diagnóstico definitivo.

Em razão disso, o paciente pode passar muitos meses se submetendo a tratamentos paliativos, deixando de lado as causas principais que resultam no problema.

Depressão atípica: alguns indícios para o diagnóstico

É importante lembrar que o diagnóstico de depressão atípica não é simples e somente um profissional de saúde experiente é capaz de fazê-lo. Para isso, será preciso analisar as condições de vida do paciente, além de observar resultados de exames laboratoriais.

Muitas vezes, esse diagnóstico é multidisciplinar, ou seja, médicos especialistas de várias áreas dão seus pareceres até que, por exclusão, possa se chegar a essa conclusão. Contudo, ainda assim podemos identificar alguns indícios em comum entre os casos já diagnosticados.

Flutuações expressivas do humor

Na depressão atípica, pode acontecer de o paciente experimentar períodos de melhoria dos sintomas e do humor. É como se o paciente reagisse em alguns momentos, para depois piorar novamente.

Essa condição se torna grave a partir do momento em que, em razão de uma melhoria, o paciente desiste do tratamento, acreditando que o problema está resolvido. Em médio e longo prazo o problema volta e o ciclo se repete, sem que haja uma melhoria definitiva.

mulher sentada no chão com a cabeça entre os joelhos durante uma crise de depressão atípica

De maneira informal, a depressão atípica também é conhecida como “depressão sorridente”, uma vez que apesar de demonstrar alegria em muitos contextos, os problemas permanecem. Outros sintomas incluem:

  • Aumento do apetite e ganho de peso: pessoas com depressão atípica frequentemente têm um aumento significativo do apetite e ganham peso. Elas podem ter desejos por alimentos ricos em carboidratos e açúcares.
  • Sensação de peso nas extremidades: algumas pessoas com depressão atípica descrevem uma sensação de peso ou lentidão nas extremidades, como braços e pernas. Isso é conhecido como “paralisia psicomotora” e é uma característica da depressão atípica.
  • Sensibilidade ao ambiente: pessoas com depressão atípica podem ser especialmente sensíveis ao ambiente, com suas emoções sendo influenciadas de forma mais pronunciada por eventos externos.
  • Sensibilidade à rejeição: elas também podem ser particularmente sensíveis à rejeição ou crítica dos outros, o que pode levar a sentimentos intensos de tristeza.
  • Padrões de sono perturbados: insônia ou sono excessivo (hipersonia) são comuns na depressão atípica. A pessoa pode ter dificuldade em adormecer ou pode dormir demais.
  • Fadiga persistente: a fadiga é um sintoma comum da depressão atípica, independentemente do quanto a pessoa tenha dormido.
  • Sintomas físicos: Além dos sintomas emocionais, as pessoas com depressão atípica também podem experimentar sintomas físicos, como dores de cabeça, dores musculares e outros desconfortos físicos.

É importante ressaltar que a depressão atípica pode se sobrepor a outros subtipos de depressão e pode variar de pessoa para pessoa.

Por que a depressão atípica ocorre? Identificando as causas

As causas exatas da depressão atípica não são completamente compreendidas, assim como acontece com muitos transtornos mentais. No entanto, acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais possa contribuir para o desenvolvimento da depressão atípica.

Algumas das principais influências que podem desempenhar um papel na manifestação da condição incluem:

  • Genética: a predisposição genética desempenha um papel importante em muitos casos de depressão, incluindo a depressão atípica. Se há histórico de depressão na família, o risco pode ser maior.
  • Desregulação neuroquímica: alterações nos neurotransmissores, como serotonina, dopamina e norepinefrina, estão associadas à depressão. Na depressão atípica, essas desregulações podem ser mais complexas ou diferentes em comparação com outros subtipos de depressão.
  • Fatores hormonais: alterações nos níveis hormonais podem desempenhar um papel na depressão atípica. Por exemplo, flutuações nos níveis de hormônios femininos, como estrogênio e progesterona, podem afetar o humor e aumentar o risco de depressão em algumas mulheres.

mulher com depressão atípica tendo um momento de estresse

  • Estresse crônico: eventos estressantes da vida, como traumas, perdas significativas, conflitos interpessoais ou estresse crônico, podem aumentar o risco de desenvolver depressão atípica, assim como outros tipos de depressão.
  • Fatores psicossociais: fatores psicológicos e sociais, como baixa autoestima, dificuldades de relacionamento, isolamento social, falta de suporte emocional e situações de vida desafiadoras, podem contribuir para o desenvolvimento da depressão atípica.
  • Comorbidades médicas: a presença de condições médicas crônicas, como doenças autoimunes, diabetes, obesidade e síndrome do ovário policístico, pode aumentar o risco de depressão atípica. Essas condições médicas podem influenciar os sintomas da depressão.
  • Padrões de sono e alimentação: os sintomas atípicos da depressão, como aumento do apetite e sono excessivo, podem estar relacionados a disfunções nos ritmos circadianos e no sistema neuroendócrino.

É importante observar que a depressão atípica pode ser uma condição altamente individualizada, e os fatores causais podem variar de pessoa para pessoa. Além disso, muitas vezes, a depressão atípica coexiste com outros distúrbios, como transtorno de ansiedade social ou transtorno de personalidade limítrofe, o que torna o diagnóstico e tratamento mais complexos.

O diagnóstico e tratamento da depressão atípica devem ser realizados por um profissional de saúde mental, como um psiquiatra ou psicólogo, que pode avaliar os sintomas específicos e desenvolver um plano de tratamento adequado às necessidades individuais do paciente. O tratamento geralmente inclui psicoterapia, medicamentos ou uma combinação de ambos.

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