O que é o mais correto do ponto de vista da saúde: treinar em jejum ou fazer sempre uma refeição antes da prática de exercícios? A resposta para essa pergunta divide opiniões e depende de uma série de fatores.
Há que se considerar o tipo de atividade física que será realizada, a duração da prática, a intensidade, o perfil do atleta e seus objetivos. Somente com isso em mente, e sempre sob a orientação de um profissional de saúde, é que você pode tomar a decisão se deve ou não comer antes de começar a treinar.
Treinar em jejum: o que acontece com o nosso corpo?
Por treinar em jejum, entenda praticar uma atividade física, seja ela qual for, sem comer alguma coisa antes. Para que o nosso organismo tenha energia e resistência para praticar um esporte, dependemos de três fatores principais: carboidratos, gorduras e proteínas.
Os carboidratos são a nossa principal fonte de energia. Transformados em glicose, eles ficam armazenados nos músculos e fornecem altas cargas de energia para o corpo, especialmente quando a prática esportiva é mais intensa.
Quem treina em jejum vê essa reserva sempre baixa. O organismo, por sua vez, vai continuar precisando da mesma energia. Assim, ele vai buscar em outra fonte aquilo que falta, como nas gorduras, por exemplo. Então, sim, treinar em jejum tende a ser benéfico para quem quer perder gordura.
Os perigos de treinar em jejum
A grande questão é a seguinte: múltiplos fatores precisam ser analisados antes que um profissional de saúde possa recomendar para você treinar em jejum. O primeiro item a ser observado é: qual é o tipo de exercício que você fará?
Estudos mostram que para exercícios aeróbicos e pedalada, o jejum pode ser benéfico. Já para a musculação, não. Isso porque movimentar cargas leva o corpo a um estado de fadiga e, sem a energia necessária, quem faz o exercício em jejum pode sentir tontura, ver a sua pressão arterial baixar e até desmaiar.
Além disso, atletas de alto desempenho também podem sentir perdas em termos de resultados, uma vez que a energia obtida a partir das gorduras demora mais para ser transformada em combustível para o corpo. Em resumo: pode faltar energia na hora que você mais precisa.
Outros fatores a serem considerados
Outro aspecto a se considerar é a duração da prática esportiva. No caso dos treinos em jejum, não é recomendado passar mais do que 45 minutos fazendo exercícios sem ingerir algum tipo de alimento. Mesmo quem está “preparado” para essa metodologia, pode sofrer efeitos adversos após esse período.
Note ainda que essa opção não é para todos. Pessoas com histórico de pressão arterial baixa ou hipoglicemia, por exemplo, devem evitar essa prática, pois a tendência é que a situação se agrave. Por fim, é preciso considerar seus objetivos: nem sempre a perda de gordura por meio do jejum pode ser recompensadora, se entre as suas metas estão evoluir em termos de resistência, por exemplo.
O fundamental aqui é: você não deve, em hipótese alguma, fazer exercícios em jejum sem a recomendação de um profissional de saúde. Na dúvida, se alimente antes. Ao perceber qualquer tipo de sintoma adverso, pare o exercício imediatamente e não ínsita em prosseguir. Não vale a pena lutar contra os limites do corpo dessa forma.
Vai treinar em jejum? 6 dicas para obter melhores resultados
Como mencionamos acima, realizar atividade física em jejum pode ter vantagens e desvantagens, e os efeitos podem variar de pessoa para pessoa. Aqui estão algumas dicas a serem consideradas se você está planejando fazer exercícios em jejum:
1. Hidratação: certifique-se de estar bem hidratado antes de começar a atividade física. Beba água antes, durante e depois do exercício para evitar a desidratação.
2. Intensidade moderada: opte por exercícios de intensidade moderada durante o jejum. Atividades como caminhadas, ioga ou exercícios de alongamento são mais adequadas do que treinos intensos.
3. Duração limitada: mantenha a duração do exercício relativamente curta, especialmente se for um exercício mais intenso. Isso pode ajudar a evitar a exaustão e a perda de energia.
4. Escute seu corpo: preste atenção aos sinais do seu corpo. Se sentir tonturas, fraqueza extrema ou mal-estar, é importante parar o exercício imediatamente.
5. Alimentação balanceada após o exercício: após o exercício, é fundamental se alimentar adequadamente para repor os nutrientes e a energia perdidos. Opte por uma refeição balanceada contendo proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis.
6. Suplementos e eletrólitos: se você planeja se exercitar em jejum, pode ser útil ter suplementos de eletrólitos à mão para evitar desequilíbrios. Consulte um profissional de saúde para obter orientação.
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Lembre-se de que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Experimente diferentes abordagens e observe como seu corpo responde. Se algo não estiver funcionando bem para você, ajuste sua abordagem.